sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

A NOSSA CASA



A luz acessa
(petróleo débil)
E tu inquieta, feliz á minha espera
Cismam livros e versos sobre a mesa
Sonolentos, os cravos na varanda
Cabeceiam nos vidros.

Ando lá fora
(Lá fora a ventania,
A noite, o frio dos astros,
A Poesia decerto...)

A luz débil, insistes no bordado.
Os nossos filhos dormem
(levantaste-te agora para vê-los...)

Irónica a Poesia
Sabe que ando lá fora a procurá-la,
Indiferente ao vento e á noite fria.  -  Sebastião da Gama.


sábado, 3 de dezembro de 2011

SERENATA...


Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.
Permita que agora emudeça;
que me conforme em ser sozinha.
Há uma luz no silêncio, e a dor é de origem divina.
Permita que eu volte o meu rosto para o céu maior que este mundo.
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo. - (Cecília Meireles)