domingo, 13 de novembro de 2011

EU AMO O GÊNIO...


Eu amo o gênio, cujo raio esplêndido
Tirou-me o pranto no pungir da dor,
Há sempre um gozo no correr das lágrimas.
Há sempre um riso no murchar da flor...

Vê-se no templo se elevar o incenso
Puro, expressivo que se queima aí;
E Deus aspira o matinal perfume
D`etéreas flores que se espalhou em ti...

Quando sublime de sofrer, um`alma
Rompe dos prantos o sombrio véu,
São glórias tuas, virginais desmaios,
Quedas de rosas nos jardins do céu.

E quem não sente clarear o sonho,
A ideia santa dum viver melhor/
E as harmonias dum amor que torna
A fronte altiva, o coração maior?

Na voz dos mares, na expressão dos ventos
Há um mistério de fazer pensar...
Nas forças d`alma, o poder do gênio
Há um segredo que me faz chorar... - Tobias Barreto (1839-1889)

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